OS HEROIS DA NAÇÃO

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Por Gabriel Gaiotto*

Evaldo dos Santos Rosa, 51 anos, indivíduo altamente periculoso, acusados dos crimes de, ser músico, segurança e dirigir seu carro com a família para um chá de bebê, abordado pelos nossos heróis do exercito e executado com 80 tiros, nossos heróis tiraram da rua esse meliante altamente periculoso, como podemos agradecer a esses heróis da nação?

Evaldo foi executado, por ser um homem negro, em um carro indo a um chá de bebê, esse foi seu grande crime, essa foi uma pequena amostra da capacidades dos nossos militares em nos proteger, essa foi uma pequena demonstração do que virá caso o pacote anticrime do nosso herói nacional Sergio Moro seja aprovado e tenhamos o excludente de ilicitude nas ações de “legitima defesa”, essa é a carta branca que nosso presidente quer dar a polícia e demais membros da segurança pública, essa é uma amostra do projeto Fênix que nosso presidente deixou claro em seu plano de governo, essa é a licença para matar que nosso presidente quer dar para os policiais em caso de tiroteio, essa é uma demonstração de como funciona o cooperativismo dos nossos militares, que mentem ao dizer que agiram em resposta a tiros vindos de criminosos, que precisam que uma perícia da policia civil exponha que a execução ocorreu ao acaso, por um mero “engano”, que foram eles quem primeiro atiraram.

Não houve legitima defesa, não houve engano, houve execução, houve assassinato, houve uma amostra do que são nossos militares, não nos fica de alento nem mesmo que agora será feito justiça pois, graças a lei 13.491/2017 quem ira julgar os nossos heróis que executaram individuo tão perigoso como Evaldo, serão os mesmos que tentaram dizer que ocorreu uma resposta a tiros, serão os mesmos que mentiram para dizer que os companheiros de profissão não fizeram nada de errado, serão julgados na justiça militar, na justiça do cooperativismo, e nosso presidente apenas diz por meio de porta-voz acreditar nessa justiça, diz acreditar na impunidade, passa a mão na cabeça de quem faz com que seja legalizado no Brasil a execução de pretos, pobres e favelados, ou quem mais nossos militares ou policiais acharem necessário.

* É estudante de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá - UEM

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