A campanha foi lançada pelo argentino Adolfo Perez Esquivel, agraciado com a honraria em 1980 por defender os direitos humanos na América Latina e a difundir a Não-Violência Ativa como meio de transformação da realidade e de enfrentamento dos crimes de tortura e desaparecimento forçado de militantes políticos e agentes comunitários e pastorais, praticados pelas ditaduras militares latino-americanas que haviam se instalado por todo o continente, com o apoio dos Estados Unidos que viviam então o auge da Guerra Fria com a União Soviética. Tal atividade foi realizada através do Servicio Paz y Justicia en América Latina (SERPAJ-AL), junto com vários bispos, teólogos, militantes, líderes comunitários e sindicalistas, na cidade de Medellín, na Colômbia.
Esquivel disse que o prêmio a Lula, por ter tirado 30 milhões de pessoas da extrema pobreza e o país do Mapa da Fome, dignificará a árvore da vida. A indicação do ex-presidente ao prêmio tem até o dia 1º de fevereiro para receber apoios. O abaixo-assinado na plataforma Change.org já passa de 465 mil assinaturas, com a meta agora de alcançar a marca de 500 mil apoiadores. A petição pode ser assinada por qualquer pessoa e também divulgada nas redes sociais.
Contudo, para que seja efetivada a candidatura de Lula são válidas para o comitê avaliador assinaturas de um grupo específico de pessoas, que devem acessar o site do prêmio Nobel da Paz, onde consta a ficha de inscrição para quem se enquadra em alguma das categorias exigidas, para que formalizem o seu apoio ao ex-presidente.
De acordo com os estatutos da Fundação Nobel, uma candidatura válida para o Prêmio Nobel da Paz pode ser apresentada por determinadas categorias de pessoas, que são as seguintes:
• Membros de assembleias nacionais e governos nacionais (membros do gabinete / ministros) de estados soberanos, bem como chefs do estado.
• Membros do Tribunal Internacional de Justiça em Haia e do Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia.
• Membros do Institut de Droit International.
• Professores universitários, professores eméritos e professores associados de história, ciências sociais, direito, filosofia, teologia e religião; reitores de universidades e diretores de universidades (ou seu equivalente); diretores de institutos de pesquisa da paz e institutos de política externa.
• Pessoas que recebam ou Prêmio Nobel da Paz.
• Membros da diretoria principal ou equivalente de organizações que receberam ou Prêmio Nobel da Paz.
• Membros do comitê norueguês do Nobel (conforme proposto por dois membros do Comitê estarão presentes na primeira reunião do Comitê de Fevereiro).
• Ex-assessores da Comissão Norueguesa do Nobel.
Esquivel, que divulgou a campanha também nas redes sociais, deixou uma mensagem aos apoiadores da candidatura aptos a preencher o formulário de nomeação do Comitê Norueguês do Nobel: "Faça a indicação, eu já fiz a minha, não há tempo a perder na luta contra a fome. Devemos proteger os mais vulneráveis e reconhecer aqueles que dão tudo, inclusive sua liberdade, para construir a Paz".
O egípcio Mohamed El-Baradei, que em 2005 recebeu o Prêmio Nobel da Paz em nome da Agência Internacional de Agência Atômica, também aderiu, no ano passado, à campanha para que o ex-presidente Lula, preso político no Brasil, receba a premiação. Convidado pelo ex-chanceler Celso Amorim a aderir à campanha, El-Baradei autorizou que seu nome fosse divulgado, o que contribuiu para inflar os esforços internacionais para fins de concessão do Nobel ao político brasileiro. Já no Brasil, a campanha teve a adesão de figuras ilustres como o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro de José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, que já assinou o formulário e enfatizou para tal a política de relações exteriores do governo Lula.
Considerado por muitos o maior presidente da história do país, Lula fez um governo de conciliação, tendo o reconhecimento de 87% do povo brasileiro. Conciliador significa aquele que pacifica, que apazigua uma situação conflitante: Lula sempre foi um pacifista. Por isso a sua indicação a esse prêmio tão importante e cobiçado por personalidades acadêmicas, intelectuais e artísticas do mundo inteiro.
Sobre o prêmio
O Nobel da Paz é um dos maiores reconhecimentos do mundo a pessoas que contribuíram com a manutenção da Paz no mundo. A honraria é um dos cinco Prêmios Nobel legados pelo inventor da dinamite, o sueco Alfred Nobel, que após ver com dissabor as mortes que sua invenção causou, propôs, em testamento, a criação de um prêmio para aqueles que servissem ao bem da humanidade. Deixou mais de 90% de sua fortuna para a Fundação Nobel.
Os prêmios de Física, Química, Fisiologia ou Medicina e Literatura, que são entregues anualmente em Estocolmo, ficam a encargo da Academia Real das Ciências da Suécia, da Academia Sueca e do Instituto Karolinska, que organizam as cerimônias. O Nobel da Paz é único que é concedido pelo Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo. Atualmente há um sexto prêmio associado: o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, também atribuído pela Academia Real das Ciências Sueca. Este prêmio foi instituído em 1968, comemorando o terceiro centenário do Banco Central da Suécia (Sveriges Riksbank).
O Comitê Nobel Norueguês, cujos membros são nomeados pelo Parlamento norueguês, tem a função de escolher o laureado pelo prêmio, que é entregue pelo seu presidente atualmente o ex-primeiro-ministro, ex-ministro dos negócios estrangeiros, ex-presidente do Stortinget (parlamento) e atual Secretário-Geral do Conselho da Europa Sr. Thorbjørn Jagland. A primeira entrega do Nobel da Paz foi em 1901, tendo, na ocasião, laureado Henri Dunant, fundador da Cruz Vermelha Internacional e promotor das Convenções de Genebra.
Entre os ganhadores da premiação, destaca-se nomes como o da paquistanesa militante pelo direito à educação Malala Yousafzai, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, o líder palestino Yasser Arafat, o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, a ativista pela paz na Índia, Madre Tereza de Calcutá e o ativista dos direitos civis nos Estados Unidos Martin Luther King Jr.
O Brasil está fora de todas as listas de ganhadores do Prêmio Nobel. Peter Brian Medawar é o que mais se aproxima de um Nobel brasileiro. Nobel de Medicina em 1960, pelas suas descobertas sobre a tolerância imunológica adquirida (pesquisando o sistema imunológico dos animais), o biológo nasceu em Petrópolis (RJ), falava português e morou no país até os 15 anos de idade, quando ele e sua família deixaram o Brasil e se estabeleceram na Inglaterra, onde o petropolitano adquiriu cidadania britânica. Medawar, portanto, não é considerado um brasileiro ganhador do prêmio. Essa ficou no quase.
Um brasileiro que deveria ter ganho a honraria era Cesare Mansueto Giulio Lattes, mais conhecido como César Lattes, um dos físicos mais ilustres e honrados do país, que prestou um trabalho fundamental para o desenvolvimento da física atômica. Natural da cidade de Curitiba (PR), Lattes foi co-descobridor do méson pi, descoberta que levou o Prêmio Nobel de Física de 1950, concedido ao britânico Cecil Frank Powell, pelo seu desenvolvimento de um método fotográfico de estudo dos processos nucleares e sua descoberta que levou ao descobrimento dos mésons. Powell foi o único agraciado com a premiação por ter sido o mais conhecido.
Favorito na disputa, se Lula ganhar o Prêmio Nobel da Paz será o único laureado a colocar o Brasil na lista de ganhadores, somadas todas as categorias. Vamos dar toda a força ao nosso presidente. Dilvulgue esta campanha para amigos, familiares e colegas de trabalho. É mais do que merecido dar esse prêmio ao maior brasileiros de todos os tempos. #LulaNobelDaPaz
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