Aos trinta e um dias do mês de agosto do ano de dois mil e dezesseis, na República Federal do Brasil, mais precisamente na capital federal Brasília, o regime democrático foi apunhalado pelas forças golpistas. Dilma Rousseff é condenada sem cometer crime de responsabilidade na "sessão do impeachment" que durou sete dias. Todos nós sofremos um duro revés. Um golpe de estado que em breve será sentido pela população brasileira. Temer é efetivado na presidência da República e assume o poder com um programa de governo draconiano, antipopular e que suprimirá os direitos sociais garantidos na Constituição Federal de 1998.
A história, por seu turno, fará a verdadeira justiça. Dilma
será absolvida e os golpistas estarão para todo o sempre na lata de lixo. Não
importa o quanto esbravejaram os senadores que apoiaram o golpe; os livros de
história farão o registro daqueles que verdadeiramente estiveram do lado da
democracia. Não me restam dúvidas de que a presidenta eleita democraticamente
por mais de 54 milhões de votos entrará para o seleto time formado por grandes cidadãos
brasileiros e ficará ao lado de Vargas, Juscelino, Jango e Lula.
Dilma foi uma mulher corajosa, aguerrida e enfrentou os
golpistas cara a cara. Em nenhum momento se intimidou perante as hostilidades
de alguns grupos políticos e sociais. Diferente de Temer, que se acovardou e não
compareceu na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
para escapar das vaias.
Aos golpistas (canalhas, canalhas, canalhas) restará tão
somente a condenação, o ostracismo. Já os
senadores ditos de esquerda, como Cristovam Buarque, ainda perceberão que foram
usados para a escalada do golpe e tão logo serão cuspidos pela direita. "Este impeachment é a eleição indireta de um governo usurpador", afirmou Dilma.
Foi um golpe orquestrado por políticos corruptos,
fisiológicos e desvirtuados com os interesses da população brasileira. Muitos
deles réus e investigados da Operação Lava Jato. "Se reúnem para consumar
esse golpe o sindicato dos políticos salafrários brasileiros", afirmou Ciro
Gomes. Dilma caiu porque não negociou com os pilantras do PMDB e nem foi conivente com a corrupção. Sai de cabeça erguida e ânimo inabalado.
Apesar de querer se posar de homem decente e republicano,
Joaquim Barbosa também tem o seu lugar guardado nas trevas. Não entendo como
ainda há pessoas de esquerda que o reverenciam. Enquanto foi ministro do STF, o
juiz não honrou a magistratura e preferiu os holofotes midiáticos ao invés de
falar nos autos. Como relator do mensalão (outra farsa jurídico-político),
condenou políticos sem provas e não fez um julgamento justo. Além do mais,
aceitou ser homenageado pelos tucanos em Minas Gerais. Barbosa não tem moral
alguma para questionar o impeachment fraudulento de Dilma Rousseff. Não deixou
nenhum legado para a democracia brasileira. A verdadeira dignidade de um ser
humano se constata na prática, não em meras declarações.
"Nós voltaremos. Voltaremos para continuar nossa jornada rumo a um Brasil em que o povo é soberano", disse a presidenta após sofrer o golpe
de estado. Também tenho certeza disso. E temos que retornar com um
projeto nacional popular de desenvolvimento. Projeto este que deverá ter o povo
brasileiro como o grande artífice. Um projeto nacional-desenvolvimentista que
seja coerente com os anseios da população, com as necessidades do país e que
explore ao máximo o potencial da nação brasileira.
O Partido dos Trabalhadores será um instrumento essencial para unir a esquerda. Só assim retornaremos com tudo ao poder. Para isso, o partido precisa se reinventar e ninguém melhor do que Lula para comandar esse processo. O PT, apesar de todos os erros cometidos, é o lado bom da política brasileira. Lula mudou o Brasil, gostemos dele ou não. Nosso único líder popular sofreu horrores com os incessantes ataques midiáticos e ainda assim é um político competitivo, podendo vencer as eleições presidenciais de 2018. Lula resistiu a todas as acusações e continua firme e forte
para qualquer disputa política. Quanto mais os reacionários atacam, mais gosto do PT, de Lula e de Dilma. Em 2018, é Lula ou quem o Lula apoiar. Como já dizia Chico Buarque: "o medo deles é o cara voltar".
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