A condução da política econômica no governo Dilma foi desastrosa e colaborou para o agravamento da crise


Dilma Rousseff não adotou uma estratégia desenvolvimentista. Os economistas neoclássicos poderão alegar que sim, mas não foi o caso. Durante o seu governo, a condução da política econômica foi desastrosa e colaborou para o agravamento do quadro econômico de crise. O Brasil também sofreu com os impactos da conjuntura internacional, assim como as demais economias emergentes. Porém, o governo de Dilma cometeu uma sucessão de equívocos tão grandes que dificultou quaisquer tentativas de ações e medidas de recuperação tanto do crescimento quanto da confiança dos agentes econômicos. Os resultados não poderiam ser diferentes: desemprego, inflação, incerteza e recessão.

O governo de Michel Temer, por seu turno, adota políticas não muito diferentes da ex-mandatária petista, que vem aumentando a taxa básica de juros (pois a inflação apresenta uma tendência de queda) e a gastança estúpida. Dilma não caiu por conta dos crimes de responsabilidade (“pedaladas fiscais” e abertura de créditos suplementares sem autorização do Congresso Nacional) que lhe foram imputados, mas sim em virtude da ruinosa gestão que vinha fazendo no campo da economia, conforme explicado em pormenores no artigo de Nelson Marconi, professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas e presidente da Associação Keynesiana Brasileira. Temer também pode cair pelas mesmas razões.

Os brasileiros estão indignados, e com razão, com a corrupção desenfreada dos partidos e governos. Inegavelmente, um seríssimo problema que deteriora o sistema político nacional, além de lesar a pátria. O problema maior do Brasil, no entanto, está longe de ser um mau governo. Também não é a corrupção. A principal crise brasileira é a de projetos; uma crise que já perdura por mais de três décadas. O Brasil carece de uma estratégia nacional de desenvolvimento. O país está sem rumo. Falta uma política de planejamento.

Para piorar, está em curso no Brasil uma política externa de realinhamento internacional, no sentido de submeter o país ao controle dos interesses americanos. Além do mais, a economia brasileira está voltando às origens com o processo de reprimarização que vem sofrendo. A produção industrial perdeu muito espaço no PIB e as commodities já ditam há muito tempo o ritmo da expansão econômica brasileira.

Nós brasileiros vivemos um momento crucial; precisamos decidir logo para onde queremos caminhar. O que queremos ser? Uma nação desenvolvida, respeitada e altiva ou um protetorado dos Estados Unidos?

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