O governo de Michel Temer mal começou e já demonstra sinais
de desgaste. Em tão pouco tempo na presidência da República, o mandatário
ilegítimo anunciou que desvinculará importantes recursos garantidos pela Constituição de
1998 para áreas como educação e saúde, bem como o corte de direitos
trabalhistas. Gerou, ainda, tremenda insatisfação no meio artístico ao anunciar
a extinção do Ministério da Cultura. Decisão esta que já foi revista pelo
interino golpista.
Para o deleite das “forças do mercado”, Temer planeja
privatizar empresas e implantar um projeto neoliberal de quinta categoria, que
foi derrotado nas últimas eleições presidenciais. Conservador e tecnocrata,
o governo fraudulento pretende efetivar um ajuste das contas públicas que
penaliza tão somente a população pobre, mantendo incólumes os privilégios dos mais
ricos. Composto por um quadro de
ministérios homogêneo, o governo Temer parece estar fadado a um fracasso
retumbante.
Optando pela supressão da democracia, o Congresso Nacional
afastou uma presidenta da República sincera e entregou o país para um grupo de salafrários
notórios. Dilma Rousseff cometeu erros, mas não cometeu crimes. Ela é uma mulher honrada e não há contra ela nenhuma acusação
de cometimento de crime. O processo de impeachment está sendo conduzido por uma
maioria de corruptos, objetivando, notadamente, golpear a população brasileira.
Um golpe parlamentar denunciado, em alto e bom som, pela mídia
internacional, o que já parece incomodar os barões da imprensa brasileira.
Além do mais, Michel Temer desagradou uma parcela de
políticos que deu voto favorável ao impeachment e, ao que tudo indica, não haverá
unidade desejável em torno de seu mandato. Os senadores Romário e Cristovam
Buarque já manifestaram repúdio a algumas ações temeristas e o deputado federal
Paulinho da Força classificou como “estapafúrdias” as ideias do ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles, para a Previdência.
Criticado até por aliados, o governo Temer também experimenta
uma grave crise com apenas algumas semanas de gestão. As gravações de Sérgio
Machado demonstram que alguns políticos de oposição ao governo Dilma e que dão sustentação
a Temer queriam o afastamento da presidenta para impedir a continuidade da
Operação Lava-Jato e se livrarem, portanto, da punição. Comprovadamente, houve
um complô para impeachar uma presidenta eleita por mais de 54 milhões de votos e
atrapalhar as investigações da justiça.
Parceiro íntimo de Eduardo Cunha, Michel Temer parece não ter condições políticas de governar e o seu mandato tem tudo para ser uma tragédia colossal. Frente à impopularidade do presidente interino corrupto e desprovido de carisma, começo a acreditar que podemos reverter o impeachment e derrotar o golpe. Os áudios de Machado, a meu ver, exaltam a presidenta Dilma e comprometem o governo provisório golpista. Um ponto a favor da esquerda. A presidenta ainda melhorou seu ibope, passando de 18% para 33% de confiança. Já é um bom sinal.
Conscientes da tragédia neoliberal que o temerismo pode submeter o país, alguns parlamentares podem voltar atrás em suas decisões. No Senado, Temer precisará de, no mínimo, de 54 votos para afastar a petista em definitivo. Na última votação, obteve 55. O jogo ainda está em aberto. Nem tudo está perdido, companheiros!
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