Por Christopher Rodrigues (*)
Eduardo Cunha autoriza abrir processo de impeachment de Dilma. O presidente da Câmara informou na quarta-feira (02/12) que acatou pedido do jurista e ex-petista Hélio Bicudo. Deputado peemedebista também criou uma comissão especial para analisar o caso. A explicação para esse procedimento todo é somente única: querem tirar a presidenta do poder a qualquer custo, principalmente pela via do impeachment. Contudo, o impedimento do mandato de um presidente eleito democraticamente pelo povo só deve ocorrer caso haja envolvimento comprovado de crime praticado pelo mesmo, o que modestamente não é o caso.
Especialmente, se levarmos em conta quem levará adiante o pedido de impeachment, a medida é ainda mais absurda. Para Bandeira de Mello, “não há base jurídica alguma para a abertura do processo”. “É uma palhaçada [a abertura do impeachment]. Pelo que tudo indica, e o que a gente vê na imprensa, a razão foi exclusivamente política, sem nenhum embasamento na lei”, afirma o jurista.
O Governo Dilma, convenhamos, está muito ruim e não à toa amarga uma popularidade baixíssima. Composto por uma péssima equipe, as medidas tomadas por este justifica a indignação da maioria dos brasileiros. A crise econômica é internacional. Isso é fato, não dá para discutir. Porém, o Governo também comete erros crassos a meu ver, no que diz respeito à política econômica. Só para enumerar alguns equívocos, a economia está em recessão brusca e o COPOM ainda insiste em manter a Taxa Selic elevada; sem dizer que o país ostenta as maiores taxas de juros reais do planeta. Além do mais, o ajuste fiscal está batendo somente no lombo do trabalhador e também será um desastre do ponto de vista das contas nacionais. Por fim, tem a dívida pública absurdamente priorizada em detrimento da população brasileira e o superávit primário que retira recursos das áreas sociais para remunerar poucas famílias de abastados que vivem da cobrança de juros.
"Promover uma política monetária agressiva com a economia desacelerando e submetida a um ajuste fiscal é flertar com o desastre. Elevações na taxa de juros refletem diretamente na dívida pública.", diz Belluzzo em sua coluna na Carta Capital. Enfim, a política econômica em curso no país é a mesma que Aécio e sua equipe econômica aplicariam. É mesmo lamentável que o PT tenha aderido ao modo conservador dos tucanos de administrar a economia nacional. Portanto, o Governo Federal de certo modo está cavando a própria cova.
No entanto, impeachment sem fundamento não é solução para governantes ruins e a população brasileira não deve apoiá-lo, ainda que esteja justificadamente indignada com a real situação do país. Para quem estiver insatisfeito, a única saída plausível é ir às ruas e exigir mudanças. A presidenta é uma pessoa honesta e o cumprimento do seu mandato na íntegra precisa ser defendido para o bem da democracia ainda jovem do Brasil. Se querem tirar do poder a primeira mulher eleita para governar o país, então devem aguardar as eleições de 2018. Sinto muito!
(*) Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
Eduardo Cunha autoriza abrir processo de impeachment de Dilma. O presidente da Câmara informou na quarta-feira (02/12) que acatou pedido do jurista e ex-petista Hélio Bicudo. Deputado peemedebista também criou uma comissão especial para analisar o caso. A explicação para esse procedimento todo é somente única: querem tirar a presidenta do poder a qualquer custo, principalmente pela via do impeachment. Contudo, o impedimento do mandato de um presidente eleito democraticamente pelo povo só deve ocorrer caso haja envolvimento comprovado de crime praticado pelo mesmo, o que modestamente não é o caso.
Especialmente, se levarmos em conta quem levará adiante o pedido de impeachment, a medida é ainda mais absurda. Para Bandeira de Mello, “não há base jurídica alguma para a abertura do processo”. “É uma palhaçada [a abertura do impeachment]. Pelo que tudo indica, e o que a gente vê na imprensa, a razão foi exclusivamente política, sem nenhum embasamento na lei”, afirma o jurista.
O Governo Dilma, convenhamos, está muito ruim e não à toa amarga uma popularidade baixíssima. Composto por uma péssima equipe, as medidas tomadas por este justifica a indignação da maioria dos brasileiros. A crise econômica é internacional. Isso é fato, não dá para discutir. Porém, o Governo também comete erros crassos a meu ver, no que diz respeito à política econômica. Só para enumerar alguns equívocos, a economia está em recessão brusca e o COPOM ainda insiste em manter a Taxa Selic elevada; sem dizer que o país ostenta as maiores taxas de juros reais do planeta. Além do mais, o ajuste fiscal está batendo somente no lombo do trabalhador e também será um desastre do ponto de vista das contas nacionais. Por fim, tem a dívida pública absurdamente priorizada em detrimento da população brasileira e o superávit primário que retira recursos das áreas sociais para remunerar poucas famílias de abastados que vivem da cobrança de juros.
"Promover uma política monetária agressiva com a economia desacelerando e submetida a um ajuste fiscal é flertar com o desastre. Elevações na taxa de juros refletem diretamente na dívida pública.", diz Belluzzo em sua coluna na Carta Capital. Enfim, a política econômica em curso no país é a mesma que Aécio e sua equipe econômica aplicariam. É mesmo lamentável que o PT tenha aderido ao modo conservador dos tucanos de administrar a economia nacional. Portanto, o Governo Federal de certo modo está cavando a própria cova.
No entanto, impeachment sem fundamento não é solução para governantes ruins e a população brasileira não deve apoiá-lo, ainda que esteja justificadamente indignada com a real situação do país. Para quem estiver insatisfeito, a única saída plausível é ir às ruas e exigir mudanças. A presidenta é uma pessoa honesta e o cumprimento do seu mandato na íntegra precisa ser defendido para o bem da democracia ainda jovem do Brasil. Se querem tirar do poder a primeira mulher eleita para governar o país, então devem aguardar as eleições de 2018. Sinto muito!
(*) Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
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