Por
Christopher Rodrigues (*)
O
planejamento é uma ferramenta que as pessoas e organizações utilizam para
administrar suas relações com o futuro, definindo meios para possibilitar a
realização de objetivos. Em outras palavras, planejar é a função administrativa
que define objetivos e decide sobre os recursos e tarefas necessários para
alcançá-los adequadamente.
São características do processo de planejamento:
A) um
processo permanente e contínuo;
B) um
meio de orientar o processo decisório;
C) sempre
voltado para o futuro;
D) uma
técnica de alocação de recursos;
E) interativo, envolvendo passos ou fases
que se sucedem.
Planejamento numa economia
capitalista
Um
planejamento típico do sistema capitalista pode também ser realizado pelo
aparato estatal, no entanto, é importante que o mesmo seja voltado para o
mercado. O principal objetivo deste é fixar metas e diretrizes na qual
possibilitem aos agentes adotar mecanismos de política econômica que sejam
essencialmente importantes para o bom desempenho do sistema.
O
governo, principalmente, possui alguns instrumentos de política econômica, como
é o caso das políticas fiscal, monetária e cambial, que possibilitam o controle
efetivo e o comportamento regular das variáveis econômicas. Assim, o
planejamento será viável e os objetivos serão mais fáceis de serem atingidos.
No
capitalismo, o planejamento estatal consiste basicamente em atingir certos
níveis de crescimento, além de reduzir o desemprego, controlar a inflação,
manter positivo o saldo das contas governamentais e promover justiça social.
Para atingir certos objetivos, entre outros, é necessário ter um controle da
produção, do fluxo de bens e serviços, da emissão de moeda e da taxa de juros.
Dar atenção às variáveis econômicas e trabalhar sobre elas é essencial para assegurar
o equilíbrio entre oferta e demanda e o funcionamento em bom estado das
atividades produtivas. Encontrar os preços e as quantidades a produzir ótimos
já é uma lógica de planejamento seguida pelo setor privado.
Numa
economia capitalista os recursos são escassos e, por isso, é necessário que os
mesmos sejam alocados com um máximo de eficiência. No âmbito do capitalismo, devido
a esse problema de escassez e a impossibilidade não poder ter tudo o que deseja,
planejar significa abrir mão de muitas coisas para conquistar um determinado
objetivo. Por exemplo, autoridades da política monetária devem decidir se
escolhem ou combater a inflação ou se preocupar com o desemprego. Na maioria
das vezes não será possível obter as duas coisas: inflação e desemprego baixos.
O
planejamento pode ser global, setorial, regional ou local, mas em todos os
casos é necessário ir atrás de informações, processá-las e fazer um prognóstico
preciso das tendências futuras.
Planejamento no sistema socialista
No
sistema socialista, diferente do anterior, o Estado é o provedor exclusivo de
bens e serviços. O sistema é baseado numa economia de planificação e o mercado
não exerce influência nenhuma sobre a tomada de decisões. Assim, os meios de
produção estão longe do alcance da dinâmica do mercado e o planejamento feito
consiste em determinar o volume de mercadorias que será produzido e o preço
respectivo. Ou seja, planejar no socialismo não é apenas nortear as políticas
do sistema, mas também impor um conjunto de medidas.
O
planejamento no âmbito socialista, cuja maior referência que temos é o modelo
soviético, é muito mais rígido e requer um conhecimento estatístico detalhado
da economia. É essencialmente realizado por um órgão central que determina as
principais diretrizes que deverão ser seguidas rigorosamente pelos setores da economia.
A proposta de planejamento é apreciada por diversas instâncias do poder até a
aprovação final do governo. Qualquer problema ou imprevisto pode implicar em um
retorno às fases iniciais do processo.
Sendo
o Estado o grande detentor dos meios de produção, a fixação de um preço ótimo
não depende das oscilações constantes no mercado. Nesse quesito é uma vantagem
extraordinária em relação ao modo capitalista. O preço também não reflete a escassez
de recursos, pois a prioridade é estabelecer um valor que seja socialmente
justo.
Resumindo,
a diferença fundamental é que o planejamento socialista constitui um mecanismo
válido de alocação de recursos, controle de oferta e estabelecimento de preços.
(*) Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
(*) Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
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