Por
Christopher Rodrigues (*)
A
crise que o Brasil enfrenta nos últimos tempos é grave e sem precedentes. Em
momentos de turbulência econômica, a única saída que é levada em conta pela
burguesia é a contenção dos gastos públicos. Porém, o principal prejudicado
nesse processo todo é o mais pobre. Pressionada pelo rentismo, Dilma erra ao
insistir com a política de ajuste fiscal, que além de ser uma medida impopular
também é ineficaz e mergulhará ainda mais a economia brasileira. Uma crise
econômica, no entanto, é infinitamente menos nefasta do que a crise de
identidade de um país. Além da tensão política e das dificuldades no campo
econômico, percebe-se também um definhamento da cultura nacional e o crescimento
acelerado da banalidade.
Embora seja latente
para muitos, a imbecilidade no Brasil cresceu de maneira avassaladora e já
chegou às raias do absurdo. Irresponsável, a mídia nacional ainda faz questão
de promover figuras cretinas, como Danilo Gentili, para proferirem tamanhas agressividades
contra os menos favorecidos pela formação social imposta. Em alusão à proposta
de redução da maioridade penal, Rodrigo Constantino, por exemplo, pediu menos
escolas e mais prisões. O que dizer sobre essa grotesca e repudiável declaração
do ex-colunista da Veja?
O
"Brasil não era racista até criarem as cotas", disse Alexandre
Garcia. Então, porque a maioria das pessoas pobres no Brasil sempre foi majoritariamente
negra? Porque os negros nunca tiveram representatividade na política
proporcional à sua grande participação no total da população? Por que os
brancos, em sua maioria, sempre ocuparam os melhores cargos de emprego no país
em detrimento dos negros que, em geral, sempre foram submetidos às atividades e
condições penosas, insalubres e/ou perigosas no ambiente de trabalho? Enfim,
negar o racismo no Brasil é o mesmo que alegar que brancos e negros sempre
tiveram as mesmas oportunidades. Será?
O que a mídia
brasileira, em especial a Rede Globo, está fazendo não vai de encontro somente
a um governo de esquerda. Ela se opõe, sobretudo, ao Brasil e ao seu povo. O
que a mesma quer fazer na verdade é afundar nosso país na lama da ignorância e
na subserviência. Por isso, precisamos derrotá-la, pois ela é a maior inimiga
que o nosso país já teve em toda a história.
Os setores da direita
brasileira estão em polvorosa por causa da quarta derrota seguida nas eleições.
Portanto, vão continuar fazendo panelaço enquanto houver um mínimo de
possibilidade do ex-presidente Lula voltar governar o Brasil. Agora eu
pergunto: por que não ouve panelaço contra a crise hídrica de São Paulo, contra
as medidas conservadoras de Eduardo Cunha e contra o massacre comandado pelo
governador Beto Richa para cima dos professores do Paraná, por exemplo? Qual o
porquê dessa indignação seletiva? Verdade seja dita, a elite branca deseja o retrocesso;
não está feliz com o Brasil que deu certo. No entanto, o processo de redução da
pobreza e da desigualdade social vigente no país não deve ser interrompido. Por
isso, meus caros companheiros, não se pode permitir em hipótese alguma que a
classe dominante brasileira, representada pelos tucanos et caterva, volte a comandar com tudo à presidência.
O que mais me preocupa, principalmente, é a monumental desinformação por parte de algumas pessoas. Hoje em dia, defender os direitos humanos e condenar a desigualdade social é coisa de comunista. Incrível! Quem diz isso realmente não deve ser muito afeito à leitura e aos estudos. Até Adam Smith, teórico burguês, pai do liberalismo e defensor ferrenho do sistema capitalista admitiu em sua principal obra, A Riqueza das Nações, que "onde quer que haja grande propriedade, há grande desigualdade. Para cada pessoa muito rica deve haver no mínimo quinhentos pobres, e a riqueza de poucos supõe a indigência de muitos." Pois bem, para os reacionários brasileiros ele seria um petralha, socialista, esquerdista caviar ou coisa do gênero. Triste época!
A posição política do indivíduo, seja ela qual for, deve ser respeitada e até mesmo, na medida do possível, defendida por quem pensa diferente. Entretanto, as manifestações deste ano contra o governo representam o cúmulo da ignorância, revelando o grau de analfabetismo político e a paranoia de quem não reconhece as melhorias conquistadas pelo Brasil nos últimos anos. O PT comete erros? Sim, ele comete. Porém, os problemas do país não podem ser atribuídos única e exclusivamente a um governo e, tampouco, a um partido político. O buraco é mais embaixo. Simplesmente, a saída de Dilma da Presidência da República não vai alterar a composição de forças vigente no país, cuja ganância tem contribuído para a estagnação brasileira durante mais de cinco séculos.
O que mais me preocupa, principalmente, é a monumental desinformação por parte de algumas pessoas. Hoje em dia, defender os direitos humanos e condenar a desigualdade social é coisa de comunista. Incrível! Quem diz isso realmente não deve ser muito afeito à leitura e aos estudos. Até Adam Smith, teórico burguês, pai do liberalismo e defensor ferrenho do sistema capitalista admitiu em sua principal obra, A Riqueza das Nações, que "onde quer que haja grande propriedade, há grande desigualdade. Para cada pessoa muito rica deve haver no mínimo quinhentos pobres, e a riqueza de poucos supõe a indigência de muitos." Pois bem, para os reacionários brasileiros ele seria um petralha, socialista, esquerdista caviar ou coisa do gênero. Triste época!
A posição política do indivíduo, seja ela qual for, deve ser respeitada e até mesmo, na medida do possível, defendida por quem pensa diferente. Entretanto, as manifestações deste ano contra o governo representam o cúmulo da ignorância, revelando o grau de analfabetismo político e a paranoia de quem não reconhece as melhorias conquistadas pelo Brasil nos últimos anos. O PT comete erros? Sim, ele comete. Porém, os problemas do país não podem ser atribuídos única e exclusivamente a um governo e, tampouco, a um partido político. O buraco é mais embaixo. Simplesmente, a saída de Dilma da Presidência da República não vai alterar a composição de forças vigente no país, cuja ganância tem contribuído para a estagnação brasileira durante mais de cinco séculos.
Os
cidadãos têm o pleno direito de fazer manifestação, mas primeiro é necessário
debater quais são os problemas reais do país e quais os tipos de mudanças que o
povo efetivamente quer para que o Brasil saia do atraso e do
subdesenvolvimento. Finalmente, para que haja um debate de alto nível na
sociedade em torno dos problemas que assolam o país, a mídia brasileira precisa
com urgência ser democratizada. A democratização da mídia é a mãe de todas as
reformas e, creio eu, será o prelúdio para o desenvolvimento social, econômico
e cultural do nosso país.
(*) Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
(*) Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
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