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Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida de desenvolvimento econômico que leva
em conta única e exclusivamente o crescimento da produção. Na contagem do PIB,
negligencia-se o bem-estar da sociedade, o cuidado com o meio ambiente, a
distribuição de renda, a educação, a saúde, a diversidade cultural e muitos
outros fatores essenciais para compreender o avanço social. O indicador ganhou
força durante a Segunda Guerra Mundial, cujo período crescimento ainda era considerado
igual à desenvolvimento. No entanto, o conceito de desenvolvimento não se
limita a quantificar somente a atividade econômica de certa região, envolvendo
também questões puramente estruturais.
Robert Costanza e Ida Kubiszewski, por exemplo, salientam a
necessidade de substituir o PIB e adotar indicadores mais sustentáveis. O PIB
não leva em conta os impactos sociais e ambientais causados incessantemente no planeta
com a atividade da economia global. A função dos bens e serviços ambientais é
completamente desconsiderada. A situação de cada um dos indivíduos e do meio
ambiente não se faz presente na mensuração “pibística”.
O que é mais lamentável é saber que o PIB não
deixará de ser um indicador de desenvolvimento tão cedo. Trocá-lo por outros
indicadores, como o GPI (em inglês), é uma tarefa extremamente difícil e sequer
um esforço coletivo que envolva uma articulação entre os governos nacionais e a
sociedade civil global. Muitos interesses estão em jogo e o grande desafio é
enfrentar os representantes do capital que ganham dinheiro com base na
exploração do trabalho e também no uso irresponsável dos recursos naturais como
se os mesmos fossem infindáveis. Um fundamento neoclássico, que na essência,
não se aplica mais na realidade, mas é usado como pretexto para manutenção do
modo capitalista de produção.
A dificuldade em implantar um novo conceito e/ou uma nova mentalidade é notória para aqueles que estudam de perto o problema. No entanto, a maioria dos indivíduos está iludida com o crescimento, como se ele isoladamente fosse capaz de trazer o bem-estar total para todos. Portanto, para que o jogo possa ser revertido é essencial que a população esteja mais bem informada e saiba o perigo que a mensuração do desenvolvimento baseada no PIB pode proporcionar no bem-estar das presentes e, principalmente, futuras gerações.
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