Julian Assange deve ser considerado um herói e não um criminoso

Por Christopher Rodrigues (*)
 
A verdade é algo muito ruim para os que ostentam o poder, pois estes vivem da mentira e do jogo sujo. Desde quando surgiu a propriedade privada e a consequente acumulação de riquezas, a melhor forma encontrada de assegurar os privilégios foi a manipulação do pensamento humano com a introdução de argumentos ligados à vontade divina e ao processo natural.
 
Porém, sempre teve pessoas notavéis que conheciam a verdade e difundiam os fatos com muita prontidão. Exemplos é que não faltam: Jesus Cristo, Galileu Galileu, Leon Trotsky, etc... Apesar de estarem do lado certo e de terem sido heróis de um povo, eram perseguidos, presos e até condenados à morte. A revelação da verdade e/ou o questionamento de uma estrutura vigente sempre foram atitudes abomináveis para as elites de diferentes épocas.
 
Por ter vazado informações confidenciais do exército norte-americano sobre a Guerra do Afeganistão, Julian Assange é acusado de espionagem e corre um grave risco de ser sentenciado à pena de morte, caso seja extraditado para os Estados Unidos. Na Suécia pesam denúncias de crimes sexuais contra ele e isso é usado como pretexto das autoridades americanas, suecas e britânicas para capturá-lo. Esse caso é mais uma prova de que não temos liberdade de imprensa.
O jornalista e dono do Wikileaks ganhou asilo político do presidente do Equador Rafael Correa e, por isso, encontra-se refugiado na embaixada do país em Londres. O ciberativista australiano aceita ser julgado pela justiça sueca, mas teme a possibilidade de, ao chegar à Suécia, ser imediatamente extraditado para os Estados Unidos. Por isso, alguns especialistas no assunto sugerem que o jornalista seja interrogado pela internet ou até mesmo por juízes suecos na embaixada.
 
Pelo visto, as autoridades estão dispostas a violarem as leis internacionais para capturar Assange e levá-lo a julgamento. Mas, apesar de tudo, quem tem o controle da embaixada equatoriana é o presidente Rafael Correa, que teve uma grandiosa atitude de conceder asilo a um cidadão que é perseguido pela injustiça.
A perseguição de um homem que estava apenas cumprindo o dever do seu ofício é inadmissível e desnecessária. Em qualquer país onde reina a democracia, Julian Assange deve ser considerado um herói e não um criminoso. Na verdade, foi ele quem denunciou os verdadeiros criminosos e com certeza ainda será um exemplo para as futuras gerações.
 
(*) Estuda economia na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

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