A proposta de Mujica, que propõe o "diálogo", é tudo o que o imperialismo estadunidense deseja e quer ouvir. Assim como Evo Morales, Mujica está se revelando capitulador com os interesses dos norte-americanos e sem disposição de defender como se deve a América Latina. Enquanto isso, Donald Trump envia a assim chamada ajuda humanitária que, na verdade, é a ponta de lança para a penetração militar norte-americana na Venezuela.
Diante da crise da Venezuela, que sofre com a operação criminosa dos Estados Unidos de tentativa de assalto ao país, Mujica fica "em cima do muro" e evita falar sobre Maduro. O "esquerdista" uruguaio disse, aliás, que o que acontece na Venezuela prejudica a esquerda de todo o continente e que "existe uma parcela da esquerda latino-americana e mundial que não aprende as lições da história".
Quando Mujica assume uma posição de neutralidade e defende novas eleições, mesmo tendo conhecimento da questão geopolítica que gira em torno do país vizinho, ele está propondo, isso sim, que os venezuelanos se rendam à grande potência e entreguem para ela de mão beijada a maior reserva de petróleo do mundo, a quarta maior jazida de ouro e inúmeros minerais valiosos.
Tudo isso, é claro, em nome da paz. O conflito armado seria a preocupação maior de Mujica. Contudo, se haver um acordo na Venezuela e o poder passar pacificamente para as mãos da oposição pró-imperialista, haverá no país não só um banho de sangue, pois parte da população vai reagir aos desmandos do novo regime e será reprimida com a maior violência possível, como também um empobrecimento generalizado do povo local e muitos morrerão de fome.
Ser contra Maduro, portanto, é apoiar os Estados Unidos. Não existe meio termo. A única posição verdadeiramente democrática em relação à Venezuela é defender energicamente o atual governo do país, que foi eleito pelo povo e tem, assim, legitimidade.
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