
Como se sabe, o presidente Maduro e o povo venezuelano não se rendem ao poder imperial e resistem bravamente a uma série de bloqueios econômicos que os ianques impõem ao país sul-americano, que prejudicam a exportação de petróleo, geram dívida externa, inflação e crise de abastecimento de alimentos e medicamentos.
O Tio Sam alega que todo esse ataque violentíssimo à economia venezuelana visa a combater o que ele chama de "ditadura" para "restabelecer a democracia" na nação bolivariana. Tudo isso, porém, é pretexto do "país do Norte" para desestabilizar a Venezuela, com a intenção de usurpar as riquezas do povo venezuelano, em especial as maiores reservas de petróleo do mundo (300,9 mil milhões de barris - dados de 2018).
A histeria dos norte-americanos e da direita em geral com a Venezuela, que vem desde os tempos de Hugo Chávez, em nada tem a ver com preocupação humanitária ou com autoritarismo que prende opositores. Em muitas regiões do planeta, há países de regimes totalitários que desrespeitam direitos humanos e até matam quem os questionam e não se ver quase ninguém preocupado com isso, pois se tratam de aliados da Casa Branca.
Rotular Maduro como ditador faz parte do plano imperialista de dominar os venezuelanos, assim como é feito em outras partes da América Latina e do mundo.
Além do mais, o ataque à Venezuela pode também ser um indicativo de que o país está no rumo certo, a despeito de toda a crise; que começou a construir um projeto de nação de verdade, nacionalizando setores da economia estratégicos como o petróleo. O próprio bloqueio pode ter forçado os venezuelanos a isso, por meio de um processo de substituição de importações, em uma situação em que só o Estado tem condições de criar empresas. Talvez os estadunidenses até veem no horizonte possibilidades de transformações verdadeiras no país sul-americano, configurando uma ameaça mais concreta a seus interesses.
Sendo assim, não tem meio-termo. Ser contra Maduro é apoiar ainda que indiretamente os Estados Unidos: de que lado você está?
No Brasil, quem infelizmente entrou na onda da mídia de direita tupiniquim, aliada do imperialismo que só publica conteúdo sensacionalista e distorcido em relação à Venezuela, é essa esquerda acadêmica que não entende de geopolítica e faz coro com as alas mais reacionárias e entreguistas da burguesia brasileira, chamando também Maduro de ditador. A mesma esquerda que adora teorizar e não sai das universidades; que na prática ficou inerte diante do golpe de Estado que tirou a presidenta Dilma do poder e prendeu a principal liderança do campo progressista; a mesma esquerda que não tem nenhuma ligação com os trabalhadores e só os afasta da luta com suas pautas identitárias, inspiradas em uma agenda demagógica e própria dos setores imperialistas.
Toda solidariedade a Maduro e ao povo venezuelano.
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