Universidade é bobagem? Para ministro de Bolsonaro aluno tem que sair do segundo grau e virar youtuber

Na foto, o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, futuro ministro da Educação de Bolsonaro

O futuro ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro, o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez disse durante um evento em Londrina, quando foi homenageado por diretores da Positivo, faculdade privada onde dá aulas, que nem todos desejam uma educação de nível superior. "O aluno tem que sair do segundo grau pronto para o mercado de trabalho. Nem todo mundo quer fazer uma universidade. É bobagem pensar na democratização da universidade, nem todo mundo gosta", afirmou.

Segundo Vélez, o aluno tem que sair do segundo grau e virar youtuber, sem passar pela faculdade. "O segundo grau teria como finalidade mostrar ao aluno que ele pode colocar em prática os conhecimentos e ganhar dinheiro com isso. Como os youtubers, ganham dinheiro sem enfrentar uma universidade", disse ele.

O futuro ministro ainda assegurou que Bolsonaro verificará as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (famoso Enem) antes que elas sejam aplicadas aos alunos. "Se o presidente se interessar, ninguém vai impedir. Ótimo que o presidente se interesse pela qualidade das nossas provas", falou ao público.

Alinhado com as ideias do presidente eleito pela fraude que retirou o ex-presidente Lula, preso injustamente em Curitiba, da disputa eleitoral, Vélez é defensor do programa "Escola sem Partido" e contrário ao exercício da liberdade de expressão dentro da sala de aula, que para ele e os demais golpistas se trata de uma "doutrinação comunista". "Não podemos ficar reféns de uma doutrinação de cunho marxista que terminou prevalecendo em muitas universidades", disse ainda.

As afirmações desse serviçal do golpe vão ao encontro do processo de perseguição aos professores e ao ensino público que está em curso no Brasil. Os golpistas querem destruir ainda mais a educação brasileira, tornando o aluno futuramente um mero peão que executa tarefas em uma fazenda ou na cidade a mando do patrão, sem agregar nele condições para refletir e capacidade de consciência a respeito do seu papel na sociedade.

Professores, estudantes e pais devem se organizar e não permitir que esse projeto avance, pois o mesmo pode representar um retrocesso sem precedentes na história do país. Organizar a luta e não deixar o golpe vencer.