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Sistema previdenciário do Chile, considerado inovador no passado, hoje é alvo de muitas críticas. Foto: Get Images |
Lá, a Previdência Social é uma linha de crédito bancário, em que cada trabalhador durante a fase laborativa faz sua própria poupança, depositada em uma conta individual, em vez de um fundo coletivo, sob a custódia e gestão de fundos de pensão privados, que poderão emprestar os recursos a terceiros ou investir os mesmos no mercado financeiro. Atualmente, governo e empresários não contribuem com o sistema, enquanto os trabalhadores depositam o equivalente a 10% do salário em suas contas por no mínimo 20 anos para se aposentar e idade mínima para homens é 65 e para mulheres, 60.
A
experiência chilena, 37 anos depois, porém, mostra que seu regime de aposentadoria não logrou o êxito prometido, conforme declarou a
ex-presidenta Michelle Bachelet, que chamou a situação de
“insustentável”. Esse é o famoso de regime de capitalização, que foi implantado no Chile
durante o período marcado pela adoção de práticas econômicas de
tendência liberal na ditadura chilena, mas hoje enfrenta crise de arrecadação.
Agora
que o modelo começa a produzir os seus primeiros aposentados, a inspiração de Bolsonaro que, se introduzida no Brasil, substituirá o sistema de repartição atual, atravessa seu momento de dificuldades. O desgaste desse sistema decorre de fatores como o envelhecimento
da população somado ao grande número de pessoas que não contribuíram
durante o período de trabalho – por falta de renda, por ter trabalhado
informalmente ou quaisquer outros motivos.
Sendo assim, ele não garante renda básica aos idosos mais pobres. O baixo valor das aposentadorias chocou o governo: 90,9% recebem menos de
149.435 pesos, cerca de R$ 694,08, sendo que o salário mínimo do Chile é
de 264 mil pesos, aproximadamente R$ 1.226,20. Isso significa que os proventos da grande maioria dos idosos não passam de 56,6% do valor da remuneração mínima que um funcionário na ativa recebe.
Reforma da Previdência de Bolsonaro já deu errado no Chile. Não podemos permitir que isso aconteça no Brasil.
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