O presidente fascista Jair Bolsonaro diz recorrentemente em suas falas que vai "libertar o Brasil do socialismo". No seu discurso de posse, ele também soltou essa pérola para o delírio de seus seguidores que o prestigiaram nas proximidades do Palácio do Planalto.
Quando o capitão truculento disse isso talvez a expressão não tenha ficado muito clara para algumas pessoas, afinal é mesmo um absurdo dizer que o país sofre algum tipo de ameaça socialista. Diga-se de passagem, a terminologia não é tão rígida mais e socialismo para algumas pessoas não tem necessariamente aquele significado marxista e tão restrito como no período soviético.
Esse tipo de discurso é padrão da extrema-direita no mundo inteiro e consiste na prática de formular acusações e fazer insinuações sem provas, comparável ao que se convencionou a chamar de macarthismo, que se caracteriza pelo sectarismo, notadamente anticomunista, inspirada no movimento dirigido pelo senador Joseph Raymond McCarthy, durante os anos 1950, nos Estados Unidos.
Mas se a gente for menos literal, vamos interpretar de forma correta a mensagem não explícita na fala de Jair. Quando Bolsonaro diz que vai "libertar o Brasil do socialismo", ele está dizendo nas entrelinhas que vai atacar as políticas sociais que marcaram os 13 anos de governos Lula e Dilma.
Basicamente, é esmagar as organizações de luta da classe dos trabalhadores, vender empresas públicas, reduzir o Estado na economia e destruir os direitos sociais tão duramente conquistados pela população no decorrer do tempo. Significa ainda arrochar o salário mínimo, acabar com a política de cotas, com a concessão de bolsas de estudo nas universidades para jovens oriundos de setores pobres da sociedade e com o programa Bolsa Família, que para os direitistas é sustento de vagabundos.
A inauguração de um período de caça às bruxas com a prisão de lideranças de esquerda e perseguição às minorias vai ocorrer muito provavelmente. E, talvez, livros e editoras vão ser vítimas de censura política ou ideológica, assim como a imprensa alternativa também.
Sucintamente falando, "libertar o Brasil do socialismo" é declarar guerra contra o povo. As falas de Bolsonaro são esdrúxulas, é verdade, mas não são desprovidas de sentido e vão encontro do aprofundamento da política ultraliberal implementada com o golpe de Estado.
Mais do que nunca, o campo progressista e os movimentos sociais precisam reagir, convocando as massas a ir às ruas para enfrentar as ameaças de retrocesso dos golpistas. Só a mobilização popular é que pode recolocar o país nos trilhos.
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