A situação atual do Brasil não é das melhores. A
economia vai de mal a pior, o desemprego aumenta, a tensão política não é
resolvida e ainda as conquistas sociais da Constituição Federal de 1988 estão
sob ameaça. Apesar de toda a turbulência, nem tudo está perdido. Em um período
de crise, desconfiança, avanço do conservadorismo e descrédito na política como
instrumento de melhoria de um país, eis que surge uma esperança: o protagonismo
do movimento estudantil secundarista na luta pela democracia e pelos direitos
do cidadão comum.
A juventude brasileira emerge em meio ao caos e nos dá
uma aula de cidadania. Para defender o direito de todos a uma educação de
qualidade, diferente do que afirma o ministro da educação Mendonça Filho, os
estudantes optaram por ocupar as escolas e universidades brasileiras.
Em todo o país, são 171 universidades brasileiras e mais
de 1000 escolas públicas que estão sendo ocupadas. Nunca, na história do país,
houve tantas ocupações. Alvíssaras!!! O protesto estudantil repudia a Proposta
de Emenda à Constituição 241/2016, conhecida como PEC 241 (ou PEC 55), o projeto Escola Sem
Partido e a reforma do ensino médio, discutida pelo governo Temer.
O movimento “Ocupe Já” está sendo criminalizado
diuturnamente pela grande mídia. Colocar a sociedade brasileira contra os
estudantes é o objetivo dos meios de comunicação do país. O governo federal
também fez uma manobra, ao adiar as provas do Enem 2016 nas escolas ocupadas para
os dias 3 e 4 de dezembro, para enfraquecer e deslegitimar o movimento.
Entretanto, os discentes estão expressando os seus direitos de cidadãos e
lutando por um Brasil melhor para todos.
Os alunos podem se manifestar sem incomodar? A
resposta é sim. Contudo, uma manifestação que propõe reivindicar mudanças
necessárias ou impedir retrocessos precisa incomodar. Caso contrário, não terá
efeito algum. Apenas expressar a indignação nas redes sociais não adianta.
Mobilizações sociais existem é para constranger. No Brasil, as autoridades e
políticos não estão acostumados a serem constrangidos. As mudanças no país só
virão de verdade quando a população resolver sair às ruas, abalar as estruturas
do status quo e lutar pelos os seus
direitos.
Os jovens estudantes são motivo de orgulho e precisam
da compreensão dos pais, dos professores e da sociedade como um todo. Parabéns
ao movimento estudantil, em especial aos secundaristas, pela coragem e
perseverança na luta por uma sociedade brasileira mais educada, crítica,
consciente e próspera.
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