Fim das "doações" empresariais: uma vitória estupenda da população brasileira

Por Christopher Rodrigues (*)

A mudança de regras do financiamento de campanhas, que valerá para as próximas eleições, em 2016, representa o início da tão urgente e demandada reforma política. Aos poucos, a resistência conservadora vai perdendo fôlego e ainda sofrerá duras derrotas no futuro.

No Brasil, vivemos de fato em um regime democrático desde meados da década de 1980. Porém, essa mesma democracia conquistada com muito suor e luta foi sequestrada pelos grandes grupos econômicos, mediante o financiamento empresarial das campanhas eleitorais. Sendo assim, são os donos do capital que mandam e desmandam no Brasil, sendo estes também responsáveis pela corrupção desenfreada que desde sempre assolou o nosso país.


Mudar a regra do jogo foi drasticamente necessária, pois a democracia brasileira está distorcida e refém dos interesses do grande capital. No sistema de financiamento por empresas, que é marcado pela desigualdade das disputas eleitorais, o poder econômico tem capacidade de cooptar políticos de diferentes partidos, ideologias e níveis de governo. Atualmente, temos uma política no Brasil infinitamente subalterna aos interesses econômicos, que abdica das reformas estruturais e de um projeto de desenvolvimento nacional em benefício de uma oligarquia entreguista, retrógrada e ignorante.

A decisão jurídica do Supremo Tribunal Federal (STF), órgão máximo do Poder Judiciário no Brasil, foi simplesmente espetacular e se faz coerente com as necessidades de mudança do jogo político-eleitoral brasileiro. O fim do financiamento de campanhas por pessoas jurídicas nas eleições tem tudo para mudar o perfil dos políticos, além de proporcionar um maior comprometimento dos candidatos eleitos com as causas sociais e, por fim, combater o mal da corrupção pela raiz.

Em meio a um cenário turbulento de crise política, somado ao pessimismo e às dificuldades da economia brasileira, é bom receber uma notícia maravilhosa, para variar. O fim de "doações" de empresas em campanhas eleitorais é uma vitória estupenda da população brasileira e o início do amadurecimento do processo democrático no país. Valeu, STF!

(*) Graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

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