Golpe imperialista: Líder da oposição se declara presidente da Venezuela


11 países apoiam Juan Guaidó e cinco ‘aguentam’ Nicolás Maduro

Líder da oposição, o deputado Juan Guadó se declara presidente da Venezuela, com o apoio dos Estados Unidos, e deixa a situação venezuelana bastante tensa, aumentando a crise política no país sul-americano. Tal atitude ocorre dois dias após um grupo de militares golpistas pertencentes à Guarda Nacional Bolivariana ter rendido o capitão do posto da GNB de Macarao, Caracas, roubando dois veículos, invadindo a sede do destacamento de segurança urbana de Petare, no município de Sucre, e sequestrando alguns oficiais e armas. Posteriormente, no entanto, os militares foram capturados pela Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e o governo venceu a tentativa golpista.

Acompanhando a decisão de Donald Trump, o presidente fascista Jair Bolsonaro, capacho dos norte-americanos, também reconheceu o "governo de transição", demonstrando que a diplomacia brasileira, ao reconhecer Guadó como presidente, não passa de uma extensão do Departamento de Estado norte-americano no Brasil.


O que acontece na Venezuela é um golpe de Estado a mando do imperialismo, bem parecido com o de 11 de abril de 2002, que durou 47 horas, no qual o então chefe de Estado da Venezuela, o presidente Hugo Chávez foi detido ilegalmente por militares, a Assembleia Nacional e o Supremo Tribunal foram dissolvidos, e a Constituição de 1999 do país foi anulada. Naquela época, Pedro Carmona se proclamou presidente e os Estados Unidos o reconheceram. Porém, o povo se levantou e reagiu, reconduzindo Chávez ao poder e derrotando os golpistas.

Este golpe será curto como o de 2002? Trump e Bolsonaro, ambos com o mandato na corda bamba e correndo risco de serem derrubados em seus respectivos países, podem levar essa crise ao extremo e declarar guerra armada contra os bolivarianos. Tudo pode acontecer.


A Venezuela, claramente, vive um golpe de Estado institucional. Com isso, há um acirramento entre nacionalistas e golpistas na disputa pelo poder central venezuelano. Está em andamento uma grande queda de braço, com o regime de Nicolás Maduro se segurando no apoio popular e nos militares que continuam leais ao chavismo. 

O imperialismo estadunidense, que busca anos a fio derrotar o chavismo, está impondo uma ofensiva ainda maior contra o governo Maduro, valendo-se da mentira de que ele tomou posse de maneira ilegítima e que, portanto, não é o presidente dos venezuelanos, e assim reconhecendo o "governo interino" de Juan Guaidó, inclusive com a ajuda militar tanto imperialista quanto de membros da FANB. A direita golpista investe pesadamente, com campanhas de propaganda, para cooptar integrantes das Forças Armadas (em maioria chavistas) que são fundamentais para um golpe bem-sucedido contra o governo, ou mesmo para iniciar uma guerra civil.


O golpismo, inclusive, empreende esforços para dividir a esquerda latino-americana em relação à Venezuela. Alguns esquerdistas caem no conto do Tio Sam e começam a criticar Maduro, chamando-o de ditador. Falando nisso, o que tem a dizer os setores de esquerda que atacou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, por ela ir à posse de Maduro? Deveriam se juntar a Bolsonaro e reconhecer Juan Guaidó como presidente da Venezuela, já que ser contra Maduro é apoiar os Estados Unidos.

A crise na Venezuela, ocasionada pela inferência externa em razão do desejo imperialista de usurpar as maiores reversas de petróleo do mundo, não terá, infelizmente, uma solução pacífica que favoreça o povo venezuelano. Parece que a única saída que o governo de Nicolás Maduro tem é armar a população e convocá-la a ir às ruas para resistir e conter a investida imperialista em seu país, derrotando a direita golpista.

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