Coragem,
firmeza e seriedade são algumas das variáveis que estão em falta na política
brasileira. A desmoralização é geral e o descompromisso com a nação, por parte
de nossos representantes nas três esferas de poder, faz com que muitos cidadãos,
especialmente os mais jovens, percam o encanto de participar da consolidação da
democracia. É neste momento que penso em Ciro Ferreira Gomes...
Paulista
de Pindamonhangaba, Ciro Gomes construiu a sua brilhante carreira política em Sobral,
cidade do estado do Ceará. Advogado, escritor e professor universitário, este grande
brasileiro foi deputado, ministro, secretário estadual, prefeito, governador e
candidato à presidência da Republica em duas ocasiões (1998 e 2002).
Sem
papas na língua, Ciro faz declarações “polêmicas” e critica sem medo os
adversários políticos. Chegou a chamar o presidente interino, Michel Temer, de
"conspirador filho da puta" durante um debate promovido pela PUC de
São Paulo. Exagerado algumas vezes, o político não hesita em trazer à tona os
bastidores da política nacional. De forma perspicaz e precisa, ele nunca deixa fazer
um diagnóstico cirúrgico de temas relevantes em pauta no Brasil, propondo soluções
plausíveis para os problemas analisados.
Além do mais, o ex-governador do
Ceará, crítico ferrenho dos governos petistas, diga-se de passagem, repudia profundamente a tentativa de golpe que paira sobre o país. Embora
reconheça que o governo da presidenta afastada, Dilma Rousseff, seja uma
tragédia tanto na administração da economia, quanto do ponto de vista político,
o garoto prodígio (pois foi governador aos 33 anos de idade) afirma categórica e
destemidamente que "impeachment não é remédio pra governo
ruim".
Homem
público de opiniões veementes, o perfil questionador de Ciro sempre incomodou
uma grande parte da nata política. Tenaz e corajoso, o ex-prefeito de
Fortaleza alerta faz algum tempo sobre o perigo de Eduardo Cunha presidir a
Câmara dos Deputados: “é um picareta-mor”.
Apontado como pré-candidato pelo Partido Democrático
Trabalhista (PDT) ao cargo de presidente da República, a participação de Ciro nas eleições presidenciais de 2018 será bastante salutar
para a democracia jovem dos brasileiros. Se
candidato for, seu discurso retórico e
contundente será essencial na promoção de um debate deveras qualificado, que, há muito tempo, está em falta aqui no Brasil.
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