Por Christopher Rodrigues (*)
Os
problemas estruturais do Brasil na atualidade datam do período colonial, cuja
origem está na formação das capitanias hereditárias que durante muito tempo
configurou o território nacional. A forte concentração fundiária, principal
herança negativa da colonização, contribuiu para que a dimensão do mercado se
tornasse relativamente pequena, colaborando com o lamentável processo de
concentração de renda e também com a desigualdade social em nosso país.
O agronegócio brasileiro, cujo maior refém é o Governo Federal, é um setor predatório que põe em risco a integridade física nacional, além de submeter o país ao capital estrangeiro. Ele exerce grande influencia no âmbito político, destrói as riquezas naturais, introduz o veneno na nossa alimentação de cada dia e inibe o desenvolvimento econômico. Suas ações e/ou deliberações possuem grande respaldo e proteção dos principais meios midiáticos. É altamente beneficiado por subsídios governamentais em detrimento da maioria de outros setores estratégicos e da própria população brasileira.
Se
Joseph Schumpeter fizesse um diagnóstico dos problemas econômicos e sociais
brasileiros, provavelmente concluiria que os mesmos são endógenos e que o país
deve investir pesadamente em pesquisa & desenvolvimento. Uma vez que são introduzidas
as inovações radicais no sistema econômico brasileiro, novos mercados, produtos
e formas de organização serão criados e, assim, o poder político e econômico da
elite agrária será relativamente desestabilizado.
A
elite do Brasil é bastante atrasada, disso não há nenhuma dúvida. No entanto, se
a tentativa de inovação for bem sucedida, é muito provável que a formação
agrária brasileira seja aniquilada. Uma abordagem schumpeteriana iria sugerir
que o investimento tecnológico fosse voltado às políticas industriais, pois
assim aumentaria a produtividade e a economia caminharia para o progresso.
(*) Estuda Economia na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
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