Sobre a declaracão grotesca de Dilma Rousseff ao jornal espanhol

Por Christopher Rodrigues (*)
 
A comunicação social é um setor estratégico do país que precisa de mais atenção por parte do governo federal. No Brasil, a concentração excessiva e o poder econômico exercido pelos grandes grupos de mídia coloca em risco a democracia conquistada com tanta luta e suor. A função da imprensa é de fiscalizar, dá espaço a todos e informar os cidadãos, mas em terras brasileiras esse segmento tem a forca de um partido político. Algo incompatível com a democracia no âmbito político de qualquer país que adota esse regime.
 
E quando defendemos uma mídia mais plural e comprometida com a sociedade, isto é, uma regulação desse setor, vem seus donos e representantes acusar-nos de defender a censura. Isso, no entanto, já é esperado, pois sabemos que eles sempre vão defender seus interesses.
 
O pior em termos de irresponsabilidade é uma presidenta, eleita democraticamente e com maioria de votos, defender as grandes empresas de comunicação que atuam no país. A presidenta Dilma Rousseff disse, em entrevista ao jornal "El País", a seguinte frase: “costumo dizer que a imprensa brasileira comete excessos com frequência, mas prefiro isso ao silêncio da ditadura.” Como assim? Eles têm a total liberdade de boicotar a esquerda política, de difamar o próprio governo e de acusar os adversários sem provas? Não é possível que ela disse isso ao jornal espanhol.
 
Presidenta, sua declaração foi no mínimo infeliz para não dizer grotesca. Isso é uma vergonha. Tentar fugir do problema não é uma boa estratégia, pois é seu dever enfrentá-lo com unhas e dentes. Um presidente da república em nosso país tem grande poder e, portanto, grande responsabilidade para com o povo brasileiro. A sociedade e os movimentos populares não podem esperar mais. A omissão é o pior de todos os males, sendo que é isso que a senhora faz quando se recusa em democratizar os meios de comunicação no Brasil. Saiba, senhora presidenta, que quando mudar de ideia terá o apoio poular que tanto vai lhe ser útil.
 
(*) Estuda economia na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

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