Educação básica melhora ligeiramente no Brasil

Por Christopher Rodrigues (*)

Criado em 2005, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é um indicador que mede a qualidade da educação básica no país e que é calculado a partir do rendimento dos alunos na Prova Brasil, avaliação aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) do Ministério da Educação (MEC) a cada dois anos.

Os números da última edição do Ideb, divulgados no dia 14 de agosto de 2012 pelo Inep, mostram que a educação básica no Brasil melhorou ligeiramente.



Fonte: Inep



Em uma escala de 0 a 10, os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano) alcançaram, no ano passado, a nota cinco. O desempenho é superior à nota obtida em 2009; 4,6 pontos. Um crescimento de 0,4 ponto em relação ao verificado na edição anterior. Foi um ótimo resultado conquistado em dois anos.

Nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), no entanto, a evolução foi mais lenta. O resultado de 2011 (4,1 pontos) foi apenas 0,1 ponto superior ao de 2009 (4 pontos).

No ensino médio, a situação é ainda mais preocupante. A pontuação média dos estudantes secundários foi a mais baixa das três etapas da educação básica: a nota de 2011 aumentou 0,1 ponto (3,7 pontos) em relação a 2009 (3,6 pontos).

Alguns creditam o melhor desempenho ao investimento direto em educação por parte dos governos federal, estaduais e municipais. Outros atribuem o rendimento escolar ao aumento real de renda dos brasileiros nas últimas décadas que tem um certo impacto positivo nas notas dos alunos. Vale ressaltar que o esforço contínuo dos professores também foi essencial para alcançar esse resultado.

Com a pontuação 5, o ensino brasileiro da primeira etapa se aproxima da qualidade do nível educacional equivalente dos países desenvolvidos, que possuem, segundo o Ideb, uma média de 6 pontos.

Os números de 2011 são até animadores, mas o Brasil necessita urgentemente alcançar um patamar bem mais elevado nos próximos anos. Para o país deixar o atraso e ter um ensino decente é necessário no mínimo investir 10% do produto interno bruto (PIB) e 50% do fundo social e dos royalties do pré-sal em educação.

Uma educação básica de qualidade é indispensável para o desenvolvimento econômico de qualquer país.

(*) Estuda economia na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).