Lula, por direito, pode ir ao velório e enterro do irmão. Carolina Lebbos senta em cima do caso e pede parecer da Lava Jato

Faleceu nesta terça-feira Genival Inácio da Silva, o Vavá, que é o irmão mais velho de Lula. A Lei de Execução Penal (art. 120, inciso I) autoriza que "condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer" [...] "falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão". Lula, por direito, pode ir ao velório e enterro de irmão.

Defesa de Lula apresentou, às 18h14, um pedido (mais recente) à Justiça para que ele possa ir ao velório e enterro do irmão. O velório começou às 18h e o enterro será amanhã, às 13h. Juíza Carolina Lebbos, da Vara Federal de Execuções Penais de Curitiba, que sentou em cima do caso pedindo parecer da Lava Jato.

Sobre pedido de Lula para ir ao velório do irmão, MPF disse “que é preciso aguardar o relatório técnico sobre a viabilidade operacional de se efetuar o deslocamento do apenado mediante escolta e com as garantias de segurança e incolumidades devidas em curto espaço de tempo”. Se a ida for autorizada, será da PF a responsabilidade pela escolta de Lula.

Sem resposta na Justiça Federal do Paraná até o momento, defesa de Lula recorreu ao TRF4 para que o petista possa ir ao velório do irmão. Ainda sem manifestação do tribunal.

Será que Lebbos – que acaba de restringir a visita até de líderes religiosos – cumprirá a lei? Depois de tudo a que o ex-presidente foi submetido, na condição de preso político, não surpreenderá ninguém se o pedido dos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins for indeferido.

A negativa da carcereira de Lula vai escancarar ainda mais o caráter persecutório contra o maior presidente de todos os tempos. O Judiciário Brasileiro será mais uma vez testado.

Lembrando que durante a ditadura militar, o chefe do Dops, delegado Romeu Tuma, concedeu ao então sindicalista permissão para deixar a cadeia e participar do funeral da mãe, Eurídice Ferreira de Melo, a dona Lindu.