O golpe não termina com o impeachment de Dilma

O clima político no Brasil está bem conturbado. E, convenhamos, não é por menos. A ameaça de impeachment sofrida pela presidenta Dilma e a intriga da oposição contribuem para o agravamento da instabilidade que o país amarga. Sem sombra de dúvida, é insofismável que querem dar um golpe de Estado, invalidando mais de 54 milhões de votos, além de encaminhar a nação inteira para um caos generalizado. A imprensa estrangeira (diferente da brasileira) denuncia para o mundo a tentativa fraudulenta de destituir uma governante eleita democraticamente pela maioria dos brasileiros.

No entanto, o golpe não termina com o impeachment consumado. Eu diria que é só o começo. O nefasto vice-presidente da República, Michel Temer, já sinalizou para as elites o tipo de governo que vai gerir o país caso o mesmo assuma a presidência. Em gravação de áudio, o senador Hélio José (PMDB) afirma que o povo vai chorar lágrimas de sangue com o governo Temer. Ou seja: o pior ainda está por vir. A democracia e os direitos outrora conquistados pelo povo brasileiro estarão ameaçados pela sanha golpista de opositores atrelados aos interesses internacionais. O golpe não é apenas contra uma presidenta da República, o golpe é, principalmente, contra os brasileiros. A cassação não é tão somente de um mandato, mas também de uma série de conquistas que os mais desfavorecidos gozou nas últimas décadas.

Privatizações de empresas estratégicas, flexibilização do regime de partilha, diminuição de recursos destinados ao SUS e o fim do salário mínimo são algumas das ameaças. O desmonte do Estado e o abafo de alguns escândalos de corrupção são medidas bem prováveis. Porém, a população brasileira está mais consciente e acompanhando a política através de um veículo de informação nada convencional.

A internet no Brasil, como se sabe, possui uma infraestrutura deplorável, sendo bastante precária em muitos aspectos. Ainda assim, tornou-se um importante instrumento de conscientização das massas e de compartilhamento de ideias. Um espaço onde os excluídos têm voz e cujo conteúdo tem potencial de alcance extraordinário. Por isso, os conservadores utilizam de muitas artimanhas para limitar o acesso irrestrito a essa ferramenta.

Os donos de TV, jornais e revistas felizmente perderam o monopólio do debate político no Brasil. A mídia alternativa, acoplada em sites, blogs e vídeos da web, consegue como nunca antes suscitar a discussão de muitos temas de interesse social e que jamais foram abordados pelos principais veículos de comunicação do país. 

Portanto, os brasileiros estão acompanhando a escalada golpista mais do que muitos políticos e empresários de comunicação podem imaginar. Pode ter certeza que não serão perdoados aqueles que, por vaidade e obsessão de chegar ao poder a qualquer custo, desrespeitam constantemente a democracia.

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